domingo, 29 de novembro de 2009

MENSAGEM FINAL, DESSA 1ª FASE NO CE

Essa música de Oswaldo Montenegro e Zé Ramalho foi uma das mensagens que deixamos para nossos formadores e coordenadores do Gestar II no Ceará.

Ficou-nos a certeza de que de tudo podemos tirar o muito e o pouco, cabe a nós essa decisão...

DO MUITO E DO POUCO (Oswaldo Montenegro e Zé Ramalho)

Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois
Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois
É muito quadro pr'uma parede
É muita tinta pr'um só pincel
É pouca água pra muita sede
Muita cabeça pr'um só chapéu
Muita cachaça pra pouco leite
Muito deleite pra pouca dor
É muito feio pra ser enfeite
Muito defeito pra ser amor
É muita rede pra pouco peixe
Muito veneno pra se matar
Muitos pedidos pra que se deixe
Muitos humanos a proliferar
Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois
Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois

FALANDO SOBRE O "X" DA QUESTÃO, OU MELHOR, O "G": GÊNEROS

SOBRE GÊNEROS
(Guiana de Brito Sousa Izaías)
Pelo material lido, fica perceptível o fato de que o estudo de gêneros ainda carece de muita investigação para que se possa, um dia, falar em unanimidade.
Nos textos de Marcuschi, Travaglia, Sobral (e aqui incluo Maria Luiza Coroa) existe uma referência à continuidade de estudos nessa área, visto que a caracterização de gêneros e tipos é complexa e leva, inclusive, à reconstrução de teorias e afirmações. Prova disso é Travaglia mencionar que em estudos anteriores registrava o humor como gênero e agora o evidencia como tipo; outra prova está no texto de Sobral, em que ele aponta suas discordâncias em relação às teorias de Marcuschi.
Quanto à classificação de gêneros, Coroa afirma que não há unanimidade, nem necessidade de classificação dos gêneros, uma vez que eles se apoiam em critérios históricos e culturais. A relevância das classificações é justificada apenas na medida em que distinguem usos e finalidades. Assim a sua opção, ao classificar o gênero de um texto, é por definir de acordo com a finalidade, o suporte a predominância de tipo (nessa ordem), sem ser muito rígida. Para a autora, classificações são apenas instrumentos para compreender o objeto e não devem ser supervalorizadas.
Ainda sobre classificação, tanto Travaglia quanto Sobral chamam a atenção para os conceitos e características de texto e discurso a fim de que se tracem os critérios para se considerar um ou outro e até o gênero existente. Travaglia chega até a considerar prematura a afirmativa de que exista a conjugação de gêneros.
Outra informação interessante é a classificação feita por Sobral, que distingue gênero textual de gênero discursivo e, inclusive, nomeia gêneros textuais como textualizações, textualidade ou forma textual. Para tanto, afirma que Marcuschi se encontra numa transição e que algumas de suas propostas não se coadunam com a teoria bakhtiniana.
Todos os textos lidos trazem informações muito interessantes acerca do estudo de gêneros. Algumas são bastante perceptíveis e fáceis de serem transpostas à prática em sala de aula. No entanto, Sobral traz questionamentos e análises muito contundentes, principalmente, no que se refere às relações entre a teoria de Marcuschi, de Bakhtin e a sua. É Sobral que deixa a sensação de que o estudo sobre gêneros ainda tem que avançar muito para que possa chegar à sala de aula com uma base mais firme e mais direcionada.
Quando Marcuschi, Travaglia e Coroa apresentam suas teorias, deixam uma trilha didática, pistas para o professor começar a alterar a sua abordagem no trabalho com o texto. Já em Sobral, aparecem as dúvidas, o convite ao reelaborar de teorias apresentadas, a variedade de terminologias.
Em mim, fica a sensação de que os livros didáticos ainda terão um longo caminho a percorrer para começarem a demonstrar isso para os alunos. Se a discussão sobre essa temática já está alongada a ponto de se traçarem perfis questionáveis e associações, fica a impressão de que mais longe está o aluno em relação ao ensino a partir de gêneros. Ou seja, será necessário que se esgotem todas as possibilidades de estudo e análise das terminologias envolvidas para que isso já comece a transformar o aprendizado do aluno?

FOI ASSIM...

A partir da apresentação do Gestar II de Língua Portuguesa e da apresentação de cada formador e coordenador, começamos nossas atividades da 1ª formação no Ceará.

Estudamos, praticamos e (re)construímos conceitos. Vimos desfilar nas falas dos colegas, nos textos e nas atividades dos cadernos de Teoria e Prática (TP) e nos cadernos de Atividade de Apoio à Aprendizagem (AAA) os gêneros, os tipos de texto, a alfabetização, o letramento, a escrita, a leitura, a coesão, a coerência e as relações lógicas no texto, dentre outros, que tanto causaram surpresa, debate, discussões e (des)caminhos...

Foi uma semana de muitos trabalhos. Houve momentos de socialização com as outras 07 turmas de língua portuguesa: cordéis, paródias, brincadeiras, poemas, desenhos, enfim, muitas produções que tinham como um dos objetivos o que o Gestar II estava fazendo nesses primeiros passos de sua implantação no estado do Ceará.

Eram muitas dúvidas e muitos medos, mas sabíamos que ao retornar para seus municípios, os formadores e coordenadores usariam não só o material disponibilizado na formação, mas também o seu diferencial, as suas experiências...

QUEM É VOCÊ, AFINAL? Jonas Ribeiro


Você tem sol dentro do peito ou estrelas brincando nos olhos?
Você abraça apertado ou beija molhado?
Você gosta de gatos ou os gatos gostam de você?
Quem é você, afinal?

Lobo Mau ou um cara original?
Mas por que você muda a toda hora?
Por que você não fica sendo uma coisa só?
Por que você não me devora e dá o fora?
Por que tanto você me enrola?

Um dia você é uma árvore e cria raízes ao meu lado.
Outro dia você é um balão e escapa da minha mão.
Um dia você amanhece feliz.
Outro dia a felicidade amanhece você.

Uma hora você pula gostoso.
Outra hora você mergulha num oceano de silêncio.
Você mente e diz a verdade.
Você exagera e ri de seu exagero.

Tudo fica sobrando quando você ri.
Tudo fica faltando quando você chora.
Quem é você, afinal?

Saci-Pererê ou Samba Lê-lê? Mulher ou homem?
Menino ou menina? Bicho ou minério?
Por que tamanho mistério?

Eu só queria que você parasse de tanto ser.
Eu só queria entender quem é você.
Pelo menos uma vez.

Mentira! Apague o que eu disse!
Eu só quero que você seja você.
Naturalmente.
Livremente.
Exageradamente você.

GESTAR II_LÍNGUA PORTUGUESA: RESENHA CRÍTICA

BREVE SÍNTESE
O Programa Gestão da Aprendizagem Escolar tem como característica o fato de ser destinado à formação continuada de caráter semipresencial, alicerçada pela educação a distância. O programa está voltado para a formação de professores de Língua Portuguesa e Matemática, que atuam em turmas de 5ª a 8ª séries (6º ao 9º anos) do Ensino Fundamental. Visa melhorar o processo de ensino-aprendizagem, baseando-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais da referida modalidade da Educação Básica.

Em busca de atingir o objetivo a que se propõe, o programa conta com dois atores principais: o professor e o aluno e, consequentemente, envolve todos os segmentos da comunidade escolar. Tal mobilização tem a finalidade de ampliar a competência dos atores envolvidos e, assim, alcançar que a realidade sócio-cultural seja melhor compreendida e permeada.

APRESENTAÇÃO DAS IDÉIAS

No Guia Geral, existem todas as explicações acerca do Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar, desde a sua caracterização até as etapas de implementação.

Para o programa, a formação continuada exige algo além do somatório de cursos, deve ser um momento destinado à análise da relação existente entre as práticas escolares e a proposta pedagógica. Sendo assim, o Gestar II é aberto, “conta com a construção coletiva dos professores, coordenada pelos formadores, o que já exige mudanças de comportamento dos professores”. (MEC/GUIA GERAL, 2008, p. 61)

A proposta do programa é aliar a teoria à prática. Os professores cursistas participarão de estudos individuais e coletivos; entrarão em contato com realidades diferenciadas ou práticas diferenciadas para realidades iguais; farão atividades; atualizarão seus saberes e até elaborarão um projeto. São 300 horas divididas em todos esses momentos de estudos e procedimentos de leitura e criação de textos, já que o texto é considerado como elemento capaz de transformar, problematizar e elaborar conceitos.
Receberão de seu formador e colegas orientações que os levem não só à reflexão do conteúdo em questão, como também (e até de maneira mais contundente) ao debate, à troca de experiências, à criação coletiva da prática em sala de aula, inclusive, resolução de problemas. Portanto, os professores cursistas são convidados a aprender consigo e com o grupo de que fazem parte, tanto no programa como em sua escola, em busca de uma prática diferenciada e inovadora. O professor cursista será, em sua escola, um instrumento de mobilização em prol de mudanças que ofereçam à comunidade escolar um contato direto com um projeto social e educativo dentro da realidade da escola em que ele será desenvolvido.

A formação continuada acontecerá ao longo do ano. Os professores cursistas recebem o material composto por seis cadernos de Teoria e Prática e doze cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (06 na versão para professor e 06 para o aluno) e, ainda, um Guia Geral. Serão coordenados por um formador municipal/estadual, o qual é um educador formado para atuar no programa e ser um de seus representantes.

A avaliação do programa envolverá a avaliação de desempenho de alunos e professores cursistas e avaliação institucional. A avaliação para os alunos será realizada processualmente por meio de avaliação diagnóstica no início e ao fim do programa. Os professores cursistas serão avaliados num processo dinâmico que envolve as sessões presenciais, o material produzido, o desempenho em sala de aula e as avaliações de conteúdo. Para a avaliação institucional, todos os envolvidos no programa farão uma autoavaliação e uma avaliação dos demais agentes, evidenciando pontos positivos e pontos a melhorar.

O programa Gestar II tem sua origem e sua realização na sala de aula. É nesse ambiente que aluno e professor se unem e constroem, em conjunto, a aprendizagem, é a fundamentação da teoria sócio-construtivista. O professor é um mediador do processo de ensino-aprendizagem, estimula o aluno, está constantemente aprendendo e não apenas detém os conhecimentos. Os professores cursistas serão estimulados a aprimorar suas práticas em busca da formação desses vínculos: professor-aluno, aluno-aluno.

Nesse processo de realização de aprendizado em sala de aula e de construção de um convívio positivo com o estudo e com a escola, a família é algo essencial. O programa defende a idéia de que os pais devem acompanhar a vida escolar de seus filhos nessa faixa etária em que os alunos se encontram nas turmas de 5ª a 8ª séries (6º ao 9º anos), principalmente, no que ser refere à participação ativa na escola, acompanhando o desenvolvimento de seus filhos e não só cobrando o cumprimento de tarefas e trabalhos escolares.

O currículo do Gestar II – Língua Portuguesa objetiva oferecer ao professor subsídios para que os alunos apreendam habilidades relacionadas à compreensão, interpretação e produção de textos diversos. É uma proposta de letramento do professor e do aluno, que visa levar o aluno a assumir sua posição de cidadão consciente, capaz de analisar as mais variadas situações vividas em sociedade e se manifestar criticamente perante elas.

O material se divide em dois módulos formados por três Cadernos de Teoria e Prática (TP) – que são os planos de aula do Programa Gestar: No Módulo I, serão abordados assuntos referentes à construção da base comunicativa do aluno:
 TP 1: Linguagem e cultura; TP 2: Análise lingüística e análise literária e TP 3: gêneros e tipos textuais.

No Módulo II, serão estudados assuntos relativos à leitura e à produção de textos:
 TP 4: Leitura e processos de escrita I; TP 5: Estilo, coerência e coesão; TP 6: Leitura e processos de escrita II .

Todos os TP foram criados a partir da concepção de que o trabalho com a linguagem pressupõe uma Língua ativa socialmente e comunicativa, na qual os interlocutores agem a partir de sua cultura e história. Sendo assim, o texto é concebido como a materialização dessa interação e o resultado das condições sócio-históricas. Portanto, as atividades de ensino-aprendizagem serão realizadas a partir do texto, das relações intertextuais delineadas pelos aspectos sócio-históricos e culturais.

A cada duas unidades de cada TP, os professores cursistas escolherão uma atividade para ser realizada em sua sala de aula dentro da Parte II : Lição de casa, tal atividade será relatada e entregue ao formador. A Parte III dos TP corresponde às oficinas, que são os encontros presenciais.

Para cada TP, há o caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem (AAA), numa versão para o aluno e noutra para o professor. Nesses cadernos, o professor cursista encontrará situações didáticas que serão aplicadas com seus alunos em sala de aula. As atividades foram construídas com o intuito de que os alunos possam construir e compartilhar hipóteses, trocar idéias, interagir com seus colegas e professor, avaliar seus métodos e conhecimentos e reorganizar continuamente o seu processo de aprendizagem. Todo novo conhecimento apresentado ao aluno está envolvido em um sistema articulado de modo que a reflexão, a postura ativa e a bagagem do aluno sejam elementos fundamentais para que ele chegue ao processo de finalização e síntese.

Embora os AAA sejam um banco de planos de aula para enriquecer as atividades de sala de aula, cada professor tem autonomia para utilizá-los na ordem que julgar mais adequada para a realidade de seus alunos. Tal procedimento exige que o professor tenha a prática da elaboração de planos de aula, para que possa analisar, acompanhar e avaliar todo o processo, não incorrendo no risco de usar as atividades ao acaso.

REFLEXÃO CRÍTICA

Todo o material do Programa Gestar II – Língua Portuguesa, como também toda a implementação do programa representam ações necessárias junto ao público a que se destina. Muito se cobra dentro das escolas aos professores de língua portuguesa quando se fala de leitura e produção de textos. Muitos professores ainda levam a noção de que apenas esses profissionais são os responsáveis pelo bem ler e escrever. Quando o programa mobiliza todos os segmentos da escola, leva essa mensagem, de alguma forma: todos são responsáveis pela formação desses alunos, que inclui não só o letramento, mas também todas as condições para que se façam cidadãos críticos e conscientes de sua atuação na sociedade.
Por outro lado, o programa ajuda os professores a saírem das mesmices das aulas programadas de sempre, do círculo vicioso da reclamação, seja porque a graduação não os habilitou com todos os recursos suficientes para lidar com os alunos dessa época de globalização, seja porque o próprio sistema em que está inserido não favorece ou não estimula a formação continuada. Enfim, o Gestar II – Língua Portuguesa mexe com o professor e, consequentemente, mexerá com toda a escola.

Se os professores cursistas conseguirem trilhar pelo caminho que os encontros presenciais e os estudos nos PT e AAA norteiam, dificilmente não será contagiado pela onda de estímulos para a prática de ensino-aprendizagem de uma Língua viva, capaz de ser vivenciada e estudada em sua produção real, e não simplesmente pela elaboração de frases soltas e de aulas retomadas pela lembrança do aluno mais aplicado.

O programa convida o professor e o aluno a saírem das aulas sem participação ativa, a trocarem a sequência quadro-livro-quadro por uma que se aproxime da ação- questinamento-elaboração-partilha-ação. É um trabalho que pode não parecer fácil, pois mexe com a quebra de muitos paradigmas, mas é nesse ponto que o contato com os colegas e com o formador ajudará, será nesses momentos que ocorrerá a construção desse programa que não se apresenta como um processo fechado, mas em constante elaboração.

Guiana de Brito Sousa Izaías
18/4/2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

1ª Formação_Gestar II_Ceará

29/6 a 03/7/09 - 1ª Fase de Formação do Gestar II em Fortaleza - Ceará

Foi uma semana enriquecedora! Uma turma recheada de 45 professores/educadores comprometidos, entusiasmados e bastante receptivos às trocas de inúmeros aprendizados.

27 municípios com suas realidades e suas peculiaridades, mas que se colocaram a disposição da proposta do Gestar II.

A cada dia surgiam novos encontros e confrontos de aprendizados, teorias e práticas. Enriquecemos juntos, somamos experiências, dividimos ações, multiplicamos conhecimentos e diminuímos aflições, enfim, aperfeiçoamos nossa prática.

São muitos os agradecimentos que devo a todos vocês!!

Obrigada, também, pelo carinho, pela acolhida e por tudo o que me ensinaram!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

TOCANDO EM FRENTE (Almir Sater)

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei.


Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso chuva para florir.


Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
Estrada eu sou.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso chuva para florir.

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora,
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
De ser feliz.

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso chuva para florir.

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais.
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
De ser feliz.